Ibovespa Encerra com Maior Queda desde Junho, Atingindo o Menor Nível em Mais de um Mês
As bolsas americanas terminaram em baixa após os recordes do dia anterior, enquanto o dólar valorizou para R$ 5,52.
Sexta-feira Desagrada Investidores
O Ibovespa caiu 1,55%, fechando em 131.065,44 pontos, uma perda de 2.057,23 pontos, representando a maior queda diária desde 7 de junho, quando teve uma queda de 1,73%. Este fechamento também marca o menor nível desde 9 de agosto, quando o índice chegou a 130.614,59 pontos. Além disso, é a quarta sessão consecutiva de baixa, com o índice chegando a 130,907 mil pontos durante o pregão. Ao longo desses quatro dias de queda, o Ibovespa perdeu mais de 4 mil pontos.
Dólar em Alta e Juros Futuros Sobem
O dólar comercial interrompeu uma sequência de sete dias de queda, valorizando 1,78% e atingindo R$ 5,52, próximo à máxima do dia. Essa alta ocorre antes da divulgação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias. Paralelamente, os DIs (juros futuros) voltaram a subir significativamente em toda a curva, situando-se quase todos acima de 12%.
Fatores Internacionais e Locais Influenciam a Queda
A queda nas bolsas foi influenciada por fatores tanto internacionais quanto nacionais. Internacionalmente, os índices fecharam em baixa após uma forte alta impulsionada por ações dos bancos centrais. No entanto, o aumento das tensões no Oriente Médio gerou preocupações. No Brasil, o mercado aguardava a divulgação do relatório de despesas e receitas do governo no final do pregão. Marcelo Vieira, chefe da mesa de renda variável da Ville Capital, comentou que o mercado está “reticente quanto à contabilidade mágica do governo e às manobras fiscais não convencionais para equilibrar as contas”.
Vencimento de Opções e Suporte do Ibovespa
A sessão também foi marcada pelo vencimento de opções sobre ações na B3. Analistas do Itaú BBA apontaram que “o Ibovespa fechou ontem abaixo do suporte em 133.800 pontos, abrindo espaço para uma realização de lucros mais significativa”. Eles indicam que o próximo suporte está em 131.800 pontos, mantendo o índice em tendência de alta no curto prazo.
Preocupações Fiscais Persistem
Estrategistas do BTG Pactual destacaram que, apesar da redução das taxas de juros nos EUA, investidores brasileiros estão apreensivos com a situação fiscal do país. A proposta orçamentária para 2025 parece irrealista, e há incertezas sobre como o ciclo de aperto monetário no Brasil pode impactar as ações locais.
Principais Quedas no Ibovespa
A Vale (VALE3) contribuiu para a queda do Ibovespa com uma desvalorização de 1,51%, refletindo a situação do minério de ferro. A Petrobras (PETR4) teve uma queda leve de 0,03%, pouco afetando o índice. Apenas menos de dez ações do Ibovespa registraram alta, incluindo a Embraer (EMBR3), que subiu 1,60%. A maioria das ações teve queda, destacando-se a B3 (B3SA3) com uma queda de 3,33%.
Setor Bancário e Varejo em Baixa
Os bancos também sofreram quedas significativas: Banco do Brasil (BB) caiu 1,47%, Bradesco (BBDC4) 1,86%, Itaú Unibanco (ITUB4) 1,20% e Santander (SANB11) 2,15%. No setor de varejo, Lojas Renner (LREN3) caiu 4,35% e Magazine Luiza (MGLU3) desabou 7,26%.
Outras Empresas Afetadas Negativamente
Mesmo com notícias positivas, algumas ações não conseguiram se valorizar. A Multiplan (MULT3) perdeu 0,75%, apesar da intenção de adquirir cerca de 90 milhões de ações da empresa controlada pelo OTPP, demonstrando compromisso com governança corporativa. A Vamos (VAMO3) desacelerou 4,64%, mesmo com um empréstimo do BNDES para renovar sua frota. A Brava (BRAV3) caiu 3,76%, devido ao adiamento da retomada da produção de Papa-Terra, e a Hypera (HYPE3) teve queda de 3,43% por notícias e acusações de corrupção envolvendo senadores.
AgroGalaxy Enfrenta Desmoronamento
A AgroGalaxy (AGXY3) continua em forte queda, registrando 21,92% hoje após revelar uma dívida de R$ 3,7 bilhões. Nos dias anteriores, a empresa já havia perdido 25,51% e 13,27%, respectivamente.